terça-feira, 20 de maio de 2008

O que fazer com o lixo

Ao fim de um dia comum, cada brasileiro produz, em média, um quilo de lixo. Em setenta anos de vida, serão cerca de 25 toneladas de resíduos. Somando o descarte de todos os brasileiros, o montante diário chega a 170 mil toneladas.

Dessa montanha de sujeira, 65% são formados por matéria orgânica pouco aproveitada, que poderia ser transformada e aplicada na agricultura e na produção de energia. O restante é composto de vidro, plástico, papel e metais, materiais recicláveis que demoram centenas de anos para desaparecer totalmente da natureza ou podem ser tóxicos. Todo esse lixo é depositado, na maioria dos casos, em áreas pouco apropriadas, poluindo o meio ambiente.
Os resíduos das cidades são de responsabilidade das prefeituras. O ideal seria que investissem em aterros sanitários, áreas com infra-estrutura, em formato de “piscinas” gigantes, com solo impermeável em que o lixo é depositado e coberto com camadas de terra. Mas boa parte do lixo urbano do país acaba em lixões clandestinos e que ficam a céu aberto.
Esse é um problema sério, já que a separação de resíduos que acontece no Brasil deve muito mais ao trabalho de catadores de lixo do que a conscientização ambiental. O Brasil é campeão mundial na reciclagem de alumínio e papelão: cerca de 80% do total descartado volta para as indústrias, principalmente pelo trabalho de milhares de catadores.
O objetivo do governo e de algumas entidades ambientais é fazer com que as classes média e alta também se preocupem com o assunto e se envolvam na reciclagem. Em campanhas, redes de supermercados estimulam a separação de garrafas de refrigerantes de plástico entre outros materiais. São ações isoladas que dão resultados: no ano passado, 33% das 270 mil toneladas de resina usadas em vasilhames, tipo PET, vieram de reciclagem. Uma prova de que acabar com lixo não é apenas uma questão de qualidade de vida, é que esse também pode ser um negócio lucrativo.

Editoria de Ecologia

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