terça-feira, 3 de junho de 2008

Livro resgata linguagem mineirês

No dia 5 de maio, foi lançado no Espaço Lafayette o livro "Que diabo é esse trem?". O trabalho de Rodrigo Nogueira e Aluísio Santiago resgata a linguagem mineirês, "muito além do uai e do pão de queijo", como diz o subtítulo da obra.

Editado pela Edições Fonte Limpa e Casa das Artes, o livro traz um vocabulário específico, vários termos utilizados em Minas, com origens em temos coloniais, além de topônimos e gentílicos, apelidos usados comumente, uma peculiar regra de pronúncia e entonação e o manejo da língua.

Os autores atribuem ao isolamento do interior mineiros do resto do mundo à morosidade de uma modernização da língua nas Gerais. "Isolados do resto do país e ocultos entre as montanhas por mais um século inteiro - tempo em que não havia ainda comunicação de massa (rádio, televisão, internete, sequer telefone) e muito menos vias eficientes de transporte - mantiveram-se alheios às modificações sofridas paulatinamente pelo idioma ao longo da costa, e trataram de seguir seu próprio caminho cultural", explicam.

Eles apontam influências do português arcaico, expressões inusitadas e até espanholismos, como "bassoura" e "barrer", por "vassoura" e "varrer", como em aldeias do norte lusitano ainda se diz "bacina" por "vacina". “Outras manias desenvolveu o mineiro. Uma das mais singulares consiste no corte de letras e sílabas das palavras, que utiliza de modo a deformá-las e propiciar elisões curiosas, assim como pronúncias mais confortáveis", acrescenta.

Editoria de Educação

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